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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Greve dos servidores publicos: sou contra, e contra a participacao de diplomatas - Paulo Roberto de Almeida

Fui informado hoje do que segue transcrito abaixo, vindo da presidência da Associação dos Diplomatas Brasileiros (ADB). Respondi em mensagem geral que também transcrevo logo abaixo: 

1) ADB: presidência

On 3 Nov 2017, at 10:20, Associação dos Diplomatas Brasileiros <...> wrote:

Participei na tarde de quarta-feira,de reunião convocada pelo FONACATE para analisar a MP 805, que dispõe sobre o pagamento do reajuste salarial e sobre o aumento da alíquota da previdência de 11% para 14% 
Foram os seguintes os encaminhamentos da Reunião do FONACATE, ocorrida no dia 1/11, em Brasília/DF, que a ADB acompanhará:

Trabalho Parlamentar (TP)
1. As entidades apresentarão emendas à MP 805/2017, para, em seguida, o Fórum eleger aquelas que serão trabalhadas em conjunto. O prazo de emendamento segue até o dia 6/11 (segunda-feira).
2. O TP será articulado de forma conjunta e deverá ocorrer em Brasília e principalmente nas bases.
3. O material do TP será único (cartas, ofícios, material para WhatsApp, mensagens padrão de Twitter e facebook....), em breve desenvolvido para uso por todas as entidades;
4. O Fórum organizará uma agenda de TP em Brasília, para que o máximo de entidades participe.
5. Todas as entidades deverão levar ao conhecimento do FONACATE as agendas de atividade política dos parlamentares nas bases que tomarem conhecimento, para que possa divulgar para às demais entidade e, assim, “engrossar” a nossa presença para pressionar os parlamentares.
6. Da mesma forma, as entidades que conseguirem agenda nas bases com os parlamentares, deve informar ao Fonacate para ampla divulgação e participação das demais.
7. O Fonacate contratará reforço de assessoria parlamentar para o período de tramitação da MP 805/2017.
8. O Fonacate fará um monitoramento detalhado de “como vota” cada parlamentar em relação à MP 805/2017.

Mobilização
1. O Fonacate produzirá uma nota dura contra a MP 805/2017, destacando o ataque ao serviços públicos e instituições.
2. As entidades do Fórum chamam para o protesto nacional de 10/11 as suas categorias. Deverão se juntar às demais entidades, não apenas do Fonacate, mas de toda a sociedade. Atos e protestos em Brasília e nos estados.
3. Todas as entidades do Fórum devem enviar ao Fonacate o seu calendário de atividades de mobilização.
4. O Fonacate contratará uma campanha publicitária para o período de tramitação da MP 805/2017.

Medidas Judiciais
1. O Fonacate tomará providências para ajuizar uma ADI perante o STF, inclusive investindo na contratação de escritório de advocacia estratégico para a matéria.
2. Ficam as entidades livres para a proposição de suas ações coletivas.

Observações Gerais
1. Não houve unanimidade quanto a mobilização/ paralisação, que está sendo articulada para o dia 10 do corrente. A ADB indicou juntamente com outras entidades, que não acompanhará a greve geral.
2. Foi aprovada a contribuição de uma mensalidade extra para contratação da campanha publicitária a ser empreendida durante o período de tramitação da MP 805/2017.
-- 
Associação dos Diplomatas Brasileiros - ADB

2) Minha mensagem à presidência da ADB: Paulo Roberto de Almeida

On 3 Nov 2017, at 11:14, Paulo Roberto de Almeida <...> wrote:

Grato à nossa presidente pela sempre atenta participação nos encontros que interessam aos servidores públicos em geral, nos temas que interessam ao serviço exterior em particular.
Permito-me, antes de mais nada, cumprimentá-la pela atitude que julgo correta, ao indicar, ao final, que a ADB não participará de greve geral.
Não ficou claro, contudo, se a ADB vai participar dessa contribuição extra à Fonacate para protestar contra a MP 805/2017, que congela aumento de salário por um ano, e aumenta a contribuição previdenciária.
Não pretendo me manifestar como diplomata, ou como servidor federal, sequer como associado da ADB, mas simplesmente como cidadão brasileiro, contribuinte compulsório como todas as demais categorias de trabalhadores públicos ou do setor privado, e também como professor de economia política, acompanhando, portanto, a situação das finanças públicas, com um olhar especialmente crítico sobre o mandarinato pouco republicano representando pelo estamento burocrático do serviço público.
A propaganda que pretende fazer a Fonacate é, em princípio mentirosa e de má-fé pois considera a medida como um "ataque ao serviços públicos e instituições.”
Bobagem da grossa: se trata apenas de uma medida necessária em face do descalabro das contas públicas, num momento em que a sociedade em geral vê seu poder de compra ser reduzido em mais de 10%, pelos efeitos da recessão produzida no regime anterior, e quando o setor privado assiste a um desemprego brutal, com milhões de pessoas desempregadas, o que não ocorreu com NENHUM dos servidores públicos (salvo os infelizes de estados falidos, pelas mesmas razões de descalabro fiscal). As medidas de reajuste salarial contratadas ao final do regime desastroso que provocou a Grande Destruição no Brasil foram negociadas com uma perspectiva de inflação alta, o que obviamente não é mais o caso atualmente, o que se reflete aliás, na correção do salário mínimo, indexado ao crescimento do PIB e portanto sofrendo uma redução real pela recessão (só corrigido pela inflação real, a do IPCA).
Num momento em que a sociedade sofre as consequências de políticas econômicas equivocadas, que atingem TODOS os brasileiros, mas em circunstâncias em que os servidores públicos foram preservados dos efeitos mais nefastos daquelas políticas, me parece de uma inconsciência brutal, e de um desprezo elementar por fatos relevantes da economia, a Fonacate convocar greves e manifestações contra uma medida que visa preservar o equilíbrio das contas públicas.
Estimo que a ADB não deveria se associar a esse ativismo sindical antipático aos olhos da sociedade, e deveria deixar claro que não pretende seguir as demais entidades de servidores públicos nos movimentos grevistas com base em argumentos especiosos, quando não mentirosos.
Estimo ainda que a ADB deveria divulgar que não apenas não participará de qualquer greve, como também que se opõe a essa greve extemporânea e despropositada.
Espero que a ADB não contribua com os gastos extras do movimento contrário à MP 805/2017.
Esta é minha opinião, mas como diriam os policiais Dupond e Dupont, de Tintin, je la partage...
----------------------------
Paulo Roberto de Almeida

quinta-feira, 2 de novembro de 2017

Academia.edu: Analytics de outubro 2017 - Paulo Roberto de Almeida

O resumo que me oferece a plataforma Academia.edu sobre o acesso a meus trabalhos no mês de outubro de 2017:

Your Impact from October 01, 2017 to October 31, 2017

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        History of Brazilian Foreign Relations     55
        Economic Diplomacy      53
        Politica Externa brasileira no governo lula   51
        Brazilian Political Economy      46
        Political Development     43
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       Faculty Member     19
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1297) Contra a antiglobalização: Contradições, insuficiências e impasses do movimento antiglobalizador (2004)348 (30 days views) 265 (30 days uniques65 (30 days downloads)4,570 (all time views)

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Desglobalizacao - Marcos Troyjo, Paulo Roberto de Almeida, Sergio Florencio (Ipea, 8/11)


A palestra “Reglobalização”, a ser  proferida  por Marcos Troyjo, Diretor do Centro de Estudos sobre Brasil, Rússia, Índia e China (BRICLab), da Columbia University, em Nova York, onde é Professor-adjunto de Relações Internacionais, será realizada no dia 08 de novembro próximo.
Os debates serão coordenados por Paulo Roberto de Almeida, diretor do Instituto de Pesquisa em Relações Internacionais –IPRI/FUNAG e por Sérgio Abreu e Lima Florêncio, Diretor de Estudos e Relações Econômicas Internacionais -DINTE/IPEA.
Data e Local:  08 de novembro de 2017, Auditório do Divonzir Gusso, Setor Bancário Sul, quadra 1, bloco J, Edifício BNDES/IPEA-Brasília, das 15h às 17h30.
Solicito confirmação sobre sua participação, por meio do e-mail dinte@ipea.gov.br ou pelos telefones (61) 2026- 5527 ou 2026-5338.
Sua participação nos debates será muito bem vinda.
Atenciosamente,
Sergio Abreu e Lima Florencio.
Diretor de Estudos e Relações Econômicas Internacionais (DINTE/IPEA).

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Prata da Casa, fevereiro de 2017 a maio de 2017 - resenhas Paulo Roberto de Almeida

Um pouco atrasado, mas finalmente verificado, vou publicar a lista efetiva das resenhas publicadas na revista da ADB:

1266. “Prata da Casa, fevereiro de 2017 a maio de 2017”, Revista da ADB, Associação dos Diplomatas Brasileiros (ano XIX, n. 95, fevereiro de 2017 a maio de 2017, p. 36-37; ISSN: 0104-8503; link: https://adb.org.br/wp-content/uploads/2017/08/Revista-da-ADB-alta.pdf). Mini-resenhas sobre os seguintes livros: (1) Paulo Roberto de Almeida (org.), O Homem que Pensou o Brasil: trajetória intelectual de Roberto Campos (Curitiba: Editora Appris, 2017, 373 p.; ISBN: 978-85-473-0485-0); (2) José Vicente Pimentel (ed.), Brazilian Diplomatic Thought: policymakers and agents of Foreign Policy (1750-1964) (Brasília: Funag, 2016, 3 vols.; ISBN: 978-85-7631-547-6); (3) Ives Gandra da Silva Martins; Paulo Rabello de Castro (Orgs.). Lanterna na proa: Roberto Campos Ano 100 (São Luís: Resistência Cultural, 2017, 340 p.; ISBN: 978-85-66418-13-2); (4) Sérgio Eduardo Moreira Lima (org.): Visões da obra de Hélio Jaguaribe (Brasília: Funag, 2015, 135 p.; ISBN: 978-85-7631-539-1).  Relação de Originais n. 3107.

Aqui seguem os textos: 
 

Paulo Roberto de Almeida
 [Miniresenhas; Revista da ADB, Associação dos Diplomatas Brasileiros (ano XIX, n. 95, fevereiro de 2017 a maio de 2017, p. 36-37; ISSN: 0104-8503)]


(1) Paulo Roberto de Almeida (org.):
       O Homem que Pensou o Brasil: trajetória intelectual de Roberto Campos
       (Curitiba: Editora Appris, 2017, 373 p.; ISBN: 978-85-473-0485-0)


            Roberto Campos foi, possivelmente, um dos maiores intelectuais brasileiros da segunda metade do século XX, com a peculiaridade de que, além de ser diplomata, se tratava também de um dos grandes economistas, homens públicos e estadistas, que dedicou sua vida a tentar salvar o Brasil de si mesmo, sem no entanto conseguir êxito na empreitada. Organizado por um diplomata que leu, ou releu, toda a sua obra, desde a tese defendida na George Washington University em 1947, até seus últimos escritos, passando pelas suas indispensáveis memórias, o livro também contou com a colaboração de outro diplomata, Carlos Henrique Cardim, que discorreu sobre a participação de Roberto Campos nos encontros internacionais da UnB, que ele também organizou. Paulo Roberto de Almeida traçou sua magnífica trajetória intelectual.



(2) José Vicente Pimentel (ed.):
       Brazilian Diplomatic Thought: policymakers and agents of Foreign Policy (1750-1964)
        (Brasília: Funag, 2016, 3 vols.; ISBN: 978-85-7631-547-6);


Diversos diplomatas colaboraram na empreitada: Synesio Sampaio Goes Filho (Alexandre de Gusmão), João Alfredo dos Anjos (José Bonifácio), Luis Cláudio Villafañe G. Santos (Duarte da Ponte Ribeiro), Luis Felipe de Seixas Corrêa (Honório Hermeto Carneiro Leão), Rubens Ricupero (A política externa da Velha República e o capítulo sobre o Barão do Rio Branco), Carlos Henrique Cardim (Rui Barbosa), Kassius Diniz da Silva Pontes (Euclides da Cunha), Paulo Roberto de Almeida (introdução metodológica e um capítulo sobre Oswaldo Aranha), Eugênio Vargas Garcia (Cyro de Freitas Valle), Guilherme Frazão Conduru (José Carlos Macedo Soares), Samuel Pinheiro Guimarães (Afonso Arinos de Mello Franco, Gelson Fonseca (San Tiago Dantas) e Ronaldo Mota Sardenberg (João Augusto de Araújo Castro).




(3) Ives Gandra da Silva Martins; Paulo Rabello de Castro (orgs.):
       Lanterna na proa: Roberto Campos Ano 100
       (São Luís: Resistência Cultural, 2017, 342 p.; ISBN: 978-85-66418-13-2)


Sessenta e dois colaboradores nesta outra homenagem a Roberto Campos, entre eles quatro diplomatas: Eduardo dos Santos (sobre a sua chefia, de 1974 a 1982, da embaixada em Londres), Paulo Roberto de Almeida (Bretton Woods, BNDE e receita para desenvolver um país), Rubens Barbosa (Um homem adiante de seu tempo) e Sérgio Eduardo Moreira Lima (“Bob Fields”: o estigma, o diplomata e os valores nacionais). Cada um deles desenvolve diferentes aspectos da vida, da obra e das atividades econômicas ou diplomáticas de Roberto Campos, sempre enfatizando seus ideais de liberdade, de economia de mercado, de reformas estruturais para arrancar o Brasil de uma situação de pobreza evitável para colocá-lo numa condição de prosperidade possível.




(4) Sérgio Eduardo Moreira Lima (org.)
       Visões da obra de Hélio Jaguaribe
       (Brasília: Funag, 2015, 135 p.; ISBN: 978-85-7631-539-1)


Em homenagem feita pelos 90 anos do grande pensador do nacionalismo brasileiro, Samuel Pinheiro Guimarães analisou sua contribuição para a diplomacia, enfatizando a “notável atualidade nas ideias que [HJ] defendeu para a política externa”. Para “demonstrar” tal atualidade, destacou trechos do livro O Nacionalismo na Atualidade Brasileira, de 1958, indicando as similaridades com as políticas e posturas defendidas de 2003 a 2016 pela diplomacia brasileira, da qual ele foi um dos principais ideólogos. As mesmas oposições à época destacadas por HJ, entre o capital estrangeiro e o nacional, a autonomia ou a submissão ao império, a união da América Latina para “neutralizar o poder de retaliação dos Estados Unidos” (p. 89), seriam plenamente atuais (pelo menos para esse ideólogo). Como se queria demonstrar...

 

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Oswaldo Aranha, textos e analises; Rogerio S. Farias e Paulo R. Almeida

Quase pronto o nosso livro de textos de (e análises sobre) Oswaldo Aranha; últimas correções e depois impressão. Dentro em breve vai estar disponível na Biblioteca Digital da Funag, podendo igualmente ser adquirido impresso.

Eis o Sumário:

Volume 1

Prefácio
Cronologia
Introdução geral
Oswaldo Aranha: the evolution of his strategic vision
Stanley Hilton

Parte I: Diplomacia hemisférica (1934-1939)
Parte II: O chanceler no conflito global (1939-1945)
Parte III: Multilateralismo e pós-guerra (1947-1958)

Volume 2

Parte IV: O estadista econômico
Parte V: O estadista político

Frases de Oswaldo Aranha
Referências bibliográficas
Sobre os autores

e o Índice Geral:

Volume 1

Prefácio. Oswaldo Aranha: diplomata e estadista, 19
Sérgio E. Moreira Lima
Cronologia , 29
Introdução geral, 37
Rogério de Souza Farias
Oswaldo Aranha: the evolution of his strategic vision, 57
Stanley Hilton

Parte I - Diplomacia hemisférica (1934-1939) 
Introdução, 89
Rogério de Souza Farias
O homem de virtù. Oswaldo Aranha em Washington (1934-1937), 101
Carlos Leopoldo G. de Oliveira
Textos de Oswaldo Aranha
Entre a Europa e a América (1934), 121
A chegada nos Estados Unidos (1934), 127
Um elogio à civilização americana (1936), 131
Limite, fronteira e paz (1937), 135
Retorno da Embaixada em Washington (1937), 155
Posse no Ministério das Relações Exteriores (1938), 157
 Paz para a América: assinatura da paz do Chaco (1938), 163
A vulnerabilidade das Américas (1939), 167
Pan-americanismo (1939), 173
Retorno da Missão aos Estados Unidos (1939), 177
Avaliação da Missão Aranha (1939), 183
Reassumindo Itamaraty (1939), 191

Parte II: O chanceler no conflito global (1939-1945) 
Introdução, 197
Paulo Roberto de Almeida
Oswaldo Aranha e os refugiados judeus, 235
Fábio Koifman
Textos de Oswaldo Aranha
Fronteiras e limites: a política do Brasil (1939), 259
A preparação para a guerra (1939), 279
Conferência sobre a história diplomática brasileira (1940), 283
Reunião de consulta dos chanceleres americanos (1942), 297
O papel do Itamaraty na política do Brasil (1942), 303
O torpedeamento de navios brasileiros (1942), 307
O Brasil e a comunidade britânica (1942), 311
A carta a Vargas: planejando o pós-guerra (1943), 321
A América no cenário internacional (1943), 329
Um ano da entrada do Brasil na guerra (1943)., 333
A Sociedade dos Amigos da América (1945), 337
Comício das quatro liberdades (1945), 347
Liga da Defesa Nacional (1945), 363

Parte III: Multilateralismo e pós-guerra (1947-1958) 
Introdução, 373
Rogério de Souza Farias
Textos de Oswaldo Aranha
A conception of world order (1947), 391
Homenagem nas Nações Unidas (1947), 399
A profile of Brazil (1947), 401
Sessão Especial da ONU: Partilha da Palestina (1947), 407
Abertura da II Assembleia Geral da ONU (1947), 411
A new order through the United Nations (1947), 419
A crise da consciência universal (1948), 429
Regional systems and the future of UN (1948), 439
A ONU e a nova ordem mundial (1948), 447
Entre a paz e a guerra (1949) , 455
Formatura no Instituto Rio Branco (1950), 477
O Brasil e o pós-guerra (1950), 491
Estados Unidos e Brasil na Guerra Fria (1953), 503
A última missão na ONU (1957), 515
Um balanço da Assembleia Geral da ONU (1957), 521
Dez anos nas Nações Unidas (1957), 525
Reatamento das relações com a União Soviética (1958), 533
Discurso na ESG: o bloco soviético (1958), 545

Volume 2
 
Parte IV: O estadista econômico 
Introdução, 569
Paulo Roberto de Almeida
Textos de Oswaldo Aranha
Renegociação da dívida externa (1934), 601
Nacionalismo econômico na Constituinte (1934), 627
Comparando as economias do Brasil e dos Estados Unidos (1936), 633
Soluções nacionais para os problemas de cada país (1937), 643
Tratado de integração econômica Brasil-Argentina (1941), 647
The rise of interdependence (1947), 655
De volta ao Ministério da Fazenda (1953) , 661
A situação financeira e econômica do país (1953) , 671
O parlamento e as finanças (1953) , 689
Os fundamentos do Plano Aranha (1953), 701
O problema da dívida brasileira (1954)., 725
O café e o Brasil (1954), 735

Parte V: O estadista político 
Introdução, 745
Paulo Roberto de Almeida
Textos de Oswaldo Aranha
A Revolução (1930), 761
Despedida do Ministério da Justiça (1931), 765
Roosevelt: o único estadista mundial (1945) , 785
A relevância de Rui Barbosa (1945), 817
Democracia, Estado Novo e relações internacionais (1945) , 819
Os governos e o povo (1947), 825
Discurso no túmulo de Vargas (1954), 837
Compreendendo o suicídio de Vargas (1954) , 847
A despedida do estadista (1959), 857

Frases de Oswaldo Aranha., 873
Referências bibliográficas , 879
Sobre os autores , 911

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Rubens Ricupero e a construcao do Brasil por sua diplomacia: apresentacao-debate de livro: 10/10, 14h30, UnB




iREL promove mesa redonda sobre “A diplomacia na construção do Brasil – 1750 – 2016” – novo livro de Rubens Ricupero


O Centro de Estudos sobre as Relações Internacionais do Brasil Contemporâneo, laboratório do programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais da Universidade de Brasília, convida para a Mesa Redonda “A diplomacia na construção do Brasil – 1750 – 2016”, a propósito do lançamento do livro de autoria do Embaixador Rubens Ricupero.

Programa, DIA 10 DE OUTUBRO, Terça-feira

14h 30 min – Abertura
  • Prof. José Flávio Sombra Saraiva, diretor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília
14h 40 min – Mesa Redonda
  • Embaixador Rubens Ricupero – A diplomacia na construção do Brasil (1750 – 2016)
  • Prof. Estevão Chaves de Rezende Martins, professor titular do Departamento de História da Universidade de Brasília – Debatedor
  • Ministro Paulo Roberto de Almeida, diretor do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais da Fundação Alexandre de Gusmão (Ministério das Relações Exteriores).
Moderador
  • Prof. Antônio Carlos Lessa, professor do Instituto  de Relações Internacionais da Universidade de Brasília.
Sessão de autógrafos do livro A diplomacia na construção do Brasil (1750 – 2016)
O evento terá lugar no Auditório do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (Campus Universitário Darcy Ribeiro – Asa Norte – Brasília – DF), no dia 10/10/2017, das 14h 30 min às 16h 40 min.

domingo, 17 de setembro de 2017

Comenda da Revolucao Constitucionalista de SP (1932): relutancia em aceitar, acordo final

Recebi, em 15 de setembro de 2017, a visita do presidente e de membros do  Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Sorocaba, na pessoa do Prof. Adilson Cezar e simpáticos acompanhantes, que vieram atribuir-me o Colar Evocativo do Jubileu de Brilhante da Revolução Constitucionalista”. Abaixo, uma foto minha com os integrantes da comitiva, estando o Prof. Adilson Cezar à esquerda (ou direita, na foto).

Qual a origem dessa homenagem? Explico logo. Recebi, em 26 de julho último, a seguinte comunicação do presidente do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Sorocaba, Prof. Adilson Cezar:


Sorocaba/SP, 26 de julho de 2017.

Prezado amigo

Dr. PAULO ROBERTO DE ALMEIDA.

DD. Diplomata.

(...)

Venho comunicar-lhe a satisfação de poder agracia-lo com a condecoração “Colar Evocativo do Jubileu de Brilhante da Revolução Constitucionalista” em conformidade com os anexos – ofício informativo da outorga da condecoração “Colar Evocativo do Jubileu de Brilhante da Revolução Constitucionalista”, e da competente ficha de concessão. 
       (...)
Adilson Cezar


Minha primeira atitude, por não me considerar merecedor de tal comenda, foi de recusa do citado colar, cuja reprodução está acima, pela seguinte mensagem: 

"Resposta em 31 de julho de 2017:
  Caro Adilson,
  Desejo, em primeiro lugar, agradecer imensamente, e sinceramente, a honra que me é feita nesta comunicação, que respondo tardiamente, devido a uma semana extremamente carregada de trabalho.
  (...)
  Quanto à nova honraria que pensa me fazer, devo ser absolutamente sincero, como sempre sou, e dizer-lhe que não me julgo merecedor da comenda.
  A despeito de ser paulista, e de ter, como democrata, os mesmos sentimentos democráticos que impulsionaram os revoltosos de 1932, contra um governo provisório que se transformava em caudilhismo arbitrário, não creio que eu possa figurar entre os contemplados com a distinção relativa à Revolução Constitucionalista.
  Saí de SP aos 21 anos para estudar fora do país, voltei sete anos depois, ingressando logo em seguida na diplomacia, para passar quase a metade do período decorrido desde então no exterior. Sempre estou ligado a SP, por atividades acadêmicas e profissionais, e costumo frequentar regularmente vários eventos na capital.
  Entendo, contudo, que a condecoração deva contemplar precisamente aqueles bem mais vinculados às atividades paulistas, e não me considero enquadrado, mesmo sem conhecer o estatuto que regula a honraria, nessa categoria.
  Desculpando-me humildemente por esta postura, mas que encontro justificada objetivamente, agradeço uma vez mais esta distinção que me é feito, e coloco-me à disposição para o que puder ajudar no âmbito do IPRI, do qual sou agora o diretor. 
  O abraço do Paulo Roberto de Almeida"

Nova comunicação, desta vez em 2 de agosto, do concedente: 

Sorocaba/SP, 02 de agosto de 2017.

Meu prezado amigo 

Dr. PAULO ROBERTO DE ALMEIDA.

Diretor do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (Funag-MRE).

Li com atenção sua resposta ao meu oferecimento da condecoração Colar Evocativo do Jubileu de Brilhante da Revolução Constitucionalista de 1932, e agradeço a sua posição clara e objetiva. 

Mas perdoe-me discordar de seu ponto de vista – e por isso acredita-lo como estudioso merecedor sim dessa honraria. Permita-me além do fato de ser paulista, como pesquisador dedicado a recuperação histórica de nosso país – encaixa-se perfeitamente no escopo dos propósitos desta: 

Infelizmente penso que eu errei no ato de lhe comunicar em não informar a respeito do regulamento da mesma (como deixa claro em sua estimada resposta). 
Regulamento: ".....tem por objetivo homenagear personalidades brasileiras ou estrangeiras, bem como instituições que tenham colaborado para a divulgação e estudos, relacionados com a nossa História e em particular àqueles que dizem respeito à gloriosa epopeia da Revolução Constitucionalista de 1932”. 

Poderia ainda desfilar “n” motivos para lembrar que a Revolução Constitucionalista de 32, não deve ser caracterizada como exclusividade dos paulistas, mas sim de todos nós brasileiros. Tenho certeza de que sabe disso melhor do que ninguém. 

Este meu arrazoado se faz não com a intenção de demovê-lo, o que pode realizar a qualquer momento, bastando para isso nos comunicar dessa sua decisão. Temos sim necessidade de lhe esclarecer e mais ainda de demonstrar que a mesma tem fundo meritório aos nossos olhos em seus trabalhos. 

(...)

Sugiro ao amigo, que com o tempo, reveja seu trabalho com olhar menos exigente, e perceba que pode sim ostentar com justificativa uma condecoração como essa que lhe oferecemos. Se amanhã, modificar essa opinião – por favor, nos comunique – pois poderemos aqui em Sorocaba, recebe-lo em outra ocasião e ou até em uma de nossas passagens por Brasília (...) poderemos fazer aí esse imposição (já temos anteriormente feito isso...). 
(...)
Muito obrigado pela manifestação e a cortesia demonstrada.

Forte abraço.

Adilson Cezar.
  

De fato, o regulamento do Colar (aqui acima reproduzido em sua capa),  esclarece em seu Preâmbulo que: 

A finalidade deste Colar é galardoar personalidades brasileiras e estrangeiras, assim como instituições e pessoas físicas que tenham colaborado para a realização de estudos e divulgação de fatos históricos, que enalteçam a gloriosa memória de São Paulo e do Brasil.

O "do Brasil", e mesmo o "de São Paulo", cobrem, portanto, minha condição de pesquisador, de produtor de conhecimentos didáticos, relativos à nossa história, na qual São Paulo desempenha um papel fundamental na construção do Brasil contemporâneo, sobretudo do lado da economia, onde se concentram meus esforços de pesquisa e de sistematização do itinerário de nossas relações econômicas internacionais, no qual o café desempenha um papel fundamental.
Em função dessas considerações, decidi escrever o que segue ao presidente do IHGGS: 


De: Paulo R. Almeida
Enviada em: quarta-feira, 2 de agosto de 2017 09:36
Para: Adilson Cezar
Assunto: Re: Ainda a condecoração.

            Caríssimo Adilson Cezar,
            Eu lhe sou muito grato pelas amplas especificações e explanação sobre o sentido e os propósitos da honraria vinculada à Revolução Constitucionalista de 1932, com as quais concordo plenamente, o que me permite revisar minha posição, de princípio, de estritamente aceitar unicamente as homenagens de que me julgo merecedor, e jamais compactuar com atribuições políticas ou meramente cerimoniais. 
            Sou contrário, por exemplo, a quaisquer atribuições desse tipo de honraria, em qualquer nível da federação, unicamente por desempenho de cargo, eleito ou em comissão, uma vez que entendo que os estatutos dessas ordens as prescrevem para aqueles que tenham, efetivamente, prestado relevantes serviços naquelas áreas de atividades pertinentes à comenda, o que sempre envolve algo mais, e um tempo maior de desempenho, do que simples eleição para o cargo ou escolha para desempenho de função, o que pode ter sido obtido meramente por compadrio (quando não por conivência ou cumplicidade), por nepotismo, fisiologismo e outros “isso" ainda mais nefastos. 
            No passado, pensei em devolver minha Ordem do Rio Branco quando com ela foi contemplado um conhecido e notório corrupto (...). Só não o fiz porque essa Ordem divide claramente os agraciados entre os diplomatas do quadro e todos os demais contemplados, (...).
            Neste caso, permito-me indicar-lhe que é com prazer que aceito a honraria, não por qualquer “paulistice” de minha parte — o que seria até geograficamente incorreto, uma vez que apenas nasci no estado, e na capital, mas dele me encontro afastado desde que ingressei no serviço público federal, e também porque não cultivo qualquer tipo de “patriotice” piegas — mas justamente pelo sentido que ela possui na justificativa alinhada em suas palavras, qual seja, a de "homenagear personalidades brasileiras ou estrangeiras, bem como instituições que tenham colaborado para a divulgação e estudos, relacionados com a nossa História e em particular àqueles que dizem respeito à gloriosa epopeia da Revolução Constitucionalista de 1932”.
            Mesmo sem ser um historiador paulista, ou sequer historiador tout court, creio que tenho oferecido certa agregação de valor ao conhecimento histórico vinculado à diplomacia brasileira, em diversos trabalhos de cunho historiográfico ou de interpretação sociológica sobre nossas relações internacionais do passado e do presente, o que provavelmente me permite integrar um pequeno corpo de estudiosos voluntários (ou seja, não profissionais) engajados na pesquisa e divulgação de aspectos relevantes da inserção global do Brasil. São Paulo é, desde a segunda metade do século XIX, pelo menos, uma espécie de locomotiva do desenvolvimento brasileiro, não apenas no sentido material do termo, mas igualmente na dimensão “mental", ou espiritual, e intelectual dos progressos brasileiros em quaisquer terrenos nos quais se tenham exercido seus habitantes originais, índios, portugueses, brasileiros, e mesmo os imigrantes que vieram para dar sua contribuição à produção de riqueza neste pedaço do Brasil.
            Como muitos, sou descendente de imigrantes pobres, até analfabetos, que vieram ao Brasil entre o final do século XIX e início do XX, para, de certa forma, substituir os antigos escravos nas plantações de café, e aqui puderam, italianos e portugueses, educar os seus filhos e “produzir” paulistas que deram continuidade aos esforços de criação de riqueza e de renda. 
            Não sou particularmente um estudioso da Revolução paulista, ou Constitucional, mas sempre me revoltei contra as versões “carioca” ou “gaúcha” de nossa historiografia, que classificam a revolução como sendo secessionista, ou “oligárquica”, pois ela traduziu, justamente, as aspirações dos democratas e liberais do estado, e de muitas outras partes do Brasil, que tinham perdido as esperanças, a dois anos da revolução da Aliança Liberal, na liderança castilhista e autoritária que levaria o Brasil a uma ditadura fascista poucos anos adiante.
            Tenho prazer, assim, em dar-lhe meu assentimento à concessão da comenda, e dizer-lhe que me sinto orgulhoso de fazer parte de uma pequena confraria de homenageados por serviços prestados ao estado e ao país, sem quaisquer objetivos oportunistas ou compensatórios. Terei prazer em comparecer à cidade, na primeira oportunidade possível, para transmitir um pouco do conhecimento acumulado e da experiência adquirida em algumas décadas no exercício da diplomacia ativa do país, e nos estudos empreendimentos em caráter voluntário e particular, assim como estou à disposição para algum encontro em Brasília com os mesmos objetivos. (...)
            Agradeço, uma vez mais, a distinção feita, e coloco-me à disposição para as demais disposição atinentes a este processo. Em anexo, um breve currículo acadêmico e profissional mais atualizado.
           (...)
Paulo Roberto de Almeida  

Foi assim que recebi, no último dia 15, em meu escritório de Brasil, a comenda já reproduzida acima, acompanhada do respectivo diploma, como reproduzido abaixo.

Foram feitas muitas fotos na ocasião, que remeterei aos interessados oportunamente, e reproduzirei aqui, num limite aceitável.

Paulo Roberto de Almeida 
Brasília, 17 de setembro de 2017